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domingo, dezembro 30, 2007

Feliz pensamento novo

A casa é nova, mas a inoperância da companhia telefônica é a mesma. Ainda estou sem telefone e sem internet, visto que temos aquele pacote bomba que traz juntos todos os serviços de péssima qualidade da Telemar (que não me acostumo a chamar de Oi nunca).

E como estou de férias até dia nove (louvado seja Jeová por isso), aproveito para desejar a todos um 2008 estupendo. Pulem suas ondas, comam suas uvas, coloquem caroços de romã na carteira, usem suas roupas de baixo da cor que lhes parece mais apropriada. Façam suas rezas, cânticos, mandingas, orações, simpatias ou o que der na telha.

O que importa é que façam algo, que movam a energia em função de um ano melhor, de uma vida mais positiva para todos.

Se forem a praia no dia primeiro, cuidado. Lembro-me sempre de uma amiga que veio de Minas passar a virada no Rio. Comprou um biquíni arrasa-quarteirão. As bijuterias combinavam com a canga, que combinavam com a sandália, que combinavam com o sol, com a areia, com tudo.

O sol brilhava dando as boas vindas ao ano que começava. Alguns poucos trastes bêbados ainda transitavam pela praia, o que para ela não fazia a menor diferença. Sacudiu-se e foi ao mar rebolativa. Era hora do show, o momento mais esperado do ano.

Na beira da água achou um gatinho para flertar. Poderia ser melhor? Deu um mergulho sensual, tipo garota do fantástico mesmo. A impressão era que todos em volta faziam ah-oh-oh-ah-oh-oh-ah oh-oh-ahhhh. O gatinho olhando e cousa e tal.

Ao levantar, sentiu sua cabeça bater em algo duro. E não é que ela deu de cabeça em um barquinho de oferendas a Yemanjá?

Saiu do mar toda coberta de oferenda, coitada. Farofa no cabelo, pipoca, flor! Muito triste. O gatinho foi embora, claro.

Então, tomem cuidado. E do mais, sejam felizes!

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terça-feira, dezembro 18, 2007

Lar doce lar

Depois de meses com caixas espalhadas por nossas cabeças enfim nos mudamos. Meus aposentados pais decidiram morar perto da praia, na região oceânica da cidade. Caguei. A praia para mim pode secar, ser aterrada e virar estacionamento porque eu não dou a mínima para ela.

E claro, a minha vida já não era difícil o bastante. Levar duas horas e meia para chegar no trabalho não era emoção suficiente. Agora preciso de no mínimo três.

E é tão estranho chegar em uma casa nova, digo que já era habitada antes. Isso não tinha acontecido na nossa última residência a qual havia sido planejada e construída do nosso jeito. A nova – que não é nova - está cheia de sinais, de presenças, de cores que não são nossas. Louvado seja Deus, inclusive.

A dona era “artista plástica” (espero que as aspas já tenham dito tudo) e ainda que caprichosa, tinha um gosto, digamos, duvidoso. Todas as paredes, todas mesmo, têm uma textura. E diferente. Nem os tetos dos banheiros escapam e um deles é pintado de azul pavão.

O meu quarto – antes habitado por sua filha – é lilás, branco e roxo berinjela. Eu sei que você está pensando se tratar de uma garota de onze anos. Ledo engano. Era uma mulher de seus trinta e poucos.

Juro, parece coisa da Elke Maravilha. As paredes ainda ostentam uns círculos de massa medonhos, meio tortos e por conta deles, creio estar desenvolvendo uma espécie de toc (transtorno obsessivo compulsivo). Minina, não é que fico contando as malditas bolinhas o dia todo? Tenho a impressão que elas vão descolar da parede lilás cor de esmalte da coleção Hebe e cair na minha cabeça. Doidera!

Mas abafa, é só amassar um ocadilzinho na goiabada cascão que passa.

No primeiro banho, descobri a pior parte. A água quente provém nada mais, nada menos de um boiler elétrico. Estou bem certo, nesse momento, de que o corno que inventou o boiler vai arder por toda eternidade em um lago de fogo e enxofre, só pode. Como assim esperar horas para a meleca da água esquentar, minha gente? Eu que já acordo 5:30 da madrugada, agora tenho que levantar as 5 para ligar a porra do troço. Me diz se isso é de Deus?

Não pode ser.

E aquele instrumento maligno ainda gasta mais energia que os EUA inteiro. Juro. Tenho saído de casa com medo de encontrar um bando de manifestantes do greenpeace pelados no jardim.

Bom, 2008 promete. Caso eu conte aqui que fui à praia, ou você me encontre bronzeado com uma bermuda florida (pavor) por ai, faz um favor, me interdita, oquei?

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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Chuva de horror

Com a chuva londrina que cai no Rio há dias, tenho me sentido um bobalhão, pois saio de casa todo equipado. Acho que sou o único de minha geração que mantém o hábito de ter sapatos de chuva. Vocês não têm sapato de chuva?

Vejo as pessoas na rua de allstar em dia de chuva e fico pasmo. Imagine o quão molhados aqueles pés ficarão? Não há nada nesse mundo inteiro pior do que passar o dia com o pé molhado, não é mesmo?

Mamãe sempre nos fez ter e usar sapatos de chuva. Sempre. Eles são, em via de regra, horripilantemente feios e o meu atual não foge disso. Tipão de sapatênis (medo), grande (imenso, na verdade), pesado, meio quadradão e todo feito de um couro cru de tom gelo. Odeio coisas gelo, especialmente paredes. O gelo é uma cor safada que as pessoas usam para não pintar a parede de branco porque vai sujar um dia. Que troço mais esdrúxulo minha gente. Só de falar me dá arrepios na espinha.

Comprei o bendito quando atravessa o vale da sombra da morte do meu estilo pessoal. Lembro-me até hoje da loja, uma dessas para jovens executivos bem sucedidos que oscilam entre o yuppie e o praiano. Completamente tudo o que não sou, obviamente. Não sei bem precisar o porquê de tê-lo eleito sapato de chuva ao invés de tê-lo jogado fora ou dado, o que seria mais plausível.

Basta cair um ou dois simples pingos que não adianta, só enxergo ele na prateleira do meu armário de sapatos, mesmo tendo a consciência de que é um suicídio social usa-lo. As pessoas olham, você pensa que não? Olham mesmo e devem me achar um pobre coitado, esquisito, todo Robert com aquele treco gelo medonho que nem o bozo ousaria usar.

Estou tomando coragem para tirar esse encosto da minha vida de uma vez por todas. Mas preciso de um outro calçado para usar na chuva, porque essas coisas de criação são uma perturbação na cabeça da gente, né não?


>>> Ilustração por Bottino boy. que não tem sapato de chuva e fica andando todo tronxo pulando as pocinhas para não molhar o allstar.



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terça-feira, dezembro 04, 2007

A velha e boa rixa

Em sua nerdidão diária de futucar os sites que falam sobre quadrinhos, o Bottino me manda essa pérola que se encontra abaixo.


Trata-se de uma brincadeira (hahaha) da revista humorística argentina Barcelona. O desenho tosco e preconceituoso atende pela alcova de Favelito e é uma humilde sugestão dos nossos vizinhos portenhos com o PIB do tamanho de uma ervilha para mascote da Copa do Mundo de 2014.

Eles não têm favela, que evoluídos! Eles não têm tráfico, que super-ultra! Mas isso não seria porque Maradona compra todo o estoque que entra no país? E eles têm uma presidente cafona, um viva à Argentina! Puxa, que nação, ein?!

Argentinos, queridos, parem então de lotar Búzios e Florianópolis com suas sungas feias e tentem convencer aquela presidente de vocês a fazer uma hidratação naquele cabelo que não ta direito aquilo não.

Enfim, não vale a pena nem comentar. Quem tem boca fala o que quer, não é verdade? E quem tem mullets, bem, quem tem mullets se mata.

> Para ler a matéria original, clique aqui!

Update>> Hoje é o nosso dia! Ainda que não haja muito o que celebrar, amigos publicitários, hoje é o nosso dia! Podemos ganhar mal, virar noites e não sermos respeitados, mas certamente somos os mais divertidos na mesa de bar! Cada um se agarra ao que tem, né?!

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