Na rede, o mundo
Não quero ler, nem pensar, nem ter idéias sobre nada. Quero o nada hoje!!! Quero não pensar nas soluções. Afinal, soluções não deveriam ser pensadas, pois elas são caprichosas e aparecem a seu bel prazer, a hora que lhes convêm e quando menos se espera.
Quero o nada de balançar na rede e sentir a brisa, como antes. Como no tempo em que a brisa batia despreocupada, leve e trazia toda sorte de sentimentos bons. Brisa de adolescente que tem de passar nas matérias do colégio e beijar na boca, só isso. Tudo isso!
Eu tenho uma rede aqui e ela é meu maior tesouro. Pelas madrugadas sigo sozinho, eu e ela, a balançar e seus balanços embalam meus melhores sonhos. É na rede que me deito e relaxo aos sons da noite faceira, que acolhe os que não se prestam à sedução do sono, os que sonham sonhos acordados, os que buscam na sua escuridão morada e abrigo.
E é na minha rede branca e já esfarrapada pelo tempo que passo madrugadas insones a exorcizar meus amores não correspondidos, minhas desilusões e feridas.
É lá, no vai-e-vem cadenciado, que conto as estrelas, faço confissões e peço-lhes coisas. E peço-me coisas tantas.
Ouvi certa vez uma linda história que dizia que as estrelas são, na verdade, as lágrimas de Deus, que se cristalizam e brilham no céu à noite. Elas seriam a prova de que Ele também chora, que sente as nossas dores e está conosco. Cada lágrima transformada em estrela seria uma promessa, uma espécie de sinal vivo e brilhante de que Deus se importa e está olhando por nós. Cada pessoa, portanto, teria o seu próprio céu, enxergando nele tantas estrelas quantas fossem as suas promessas.
É na rede do terraço daqui de casa que converso com Ele, com as estrelas e com todos os seres que crio pra povoar minhas noites solitárias.
É da rede que vejo os aviões e sonho com o mundo, com um mundo que caiba na minha mão, na minha rede.
>>>Este é um dos textos que mais gosto. Foi escrito em 2003, em um dos meus raros e bucólicos momentos contemplativos. Estava por aqui, pedido em um dos muitos cadernos velhos que habitam minha gaveta.
Quero o nada de balançar na rede e sentir a brisa, como antes. Como no tempo em que a brisa batia despreocupada, leve e trazia toda sorte de sentimentos bons. Brisa de adolescente que tem de passar nas matérias do colégio e beijar na boca, só isso. Tudo isso!
Eu tenho uma rede aqui e ela é meu maior tesouro. Pelas madrugadas sigo sozinho, eu e ela, a balançar e seus balanços embalam meus melhores sonhos. É na rede que me deito e relaxo aos sons da noite faceira, que acolhe os que não se prestam à sedução do sono, os que sonham sonhos acordados, os que buscam na sua escuridão morada e abrigo.
E é na minha rede branca e já esfarrapada pelo tempo que passo madrugadas insones a exorcizar meus amores não correspondidos, minhas desilusões e feridas.
É lá, no vai-e-vem cadenciado, que conto as estrelas, faço confissões e peço-lhes coisas. E peço-me coisas tantas.
Ouvi certa vez uma linda história que dizia que as estrelas são, na verdade, as lágrimas de Deus, que se cristalizam e brilham no céu à noite. Elas seriam a prova de que Ele também chora, que sente as nossas dores e está conosco. Cada lágrima transformada em estrela seria uma promessa, uma espécie de sinal vivo e brilhante de que Deus se importa e está olhando por nós. Cada pessoa, portanto, teria o seu próprio céu, enxergando nele tantas estrelas quantas fossem as suas promessas.
É na rede do terraço daqui de casa que converso com Ele, com as estrelas e com todos os seres que crio pra povoar minhas noites solitárias.
É da rede que vejo os aviões e sonho com o mundo, com um mundo que caiba na minha mão, na minha rede.
>>>Este é um dos textos que mais gosto. Foi escrito em 2003, em um dos meus raros e bucólicos momentos contemplativos. Estava por aqui, pedido em um dos muitos cadernos velhos que habitam minha gaveta.
:o)
3 Comments:
Adorei o texto. Muito poético e profundo. Agora "noite faceira", aposto que foi inspirada em alguma cantiga do Lupiscínio, né?
Gosto da melancolia dos teus textos. Inda mais quando se mistura ao humor inteligente que tem a sua cara, marca registrada da sua personalidade (ao mesmo a virtual).
E a propósito, a história das lágrimas de Deus e de que cada um tem o seu próprio céu... vou deitar numa rede e pensar sobre isso qualquer dia. Perfeito!
Lindo!
Bj
Carol
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