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segunda-feira, novembro 26, 2007

Gordos de contrato

Depois de um fim de semana de bebedeiras a lá Amy, sinto-me um tanto intoxicado hoje. Sei que minha vontade de só comer alface e beber água pelo resto da vida deve durar mais parcos vinte minutos, mas é legítima ainda assim.

Legítima, porém tola, visto que almoçamos no refeitório do trabalho e tudo que temos diariamente é uma coleção de carboidratos e gorduras sem fim. Em geral é bem gostoso apesar de pesado, mas é difícil trabalhar depois de topar com uma combinação de costelinha de porco, arroz, feijão e farofa de bacon no almoço. O povo abomina salada aqui por essas bandas, para o desespero daqueles que como eu e o Bottino, lutam para não evoluírem do status de semi-gordos para gordos nível 1.

Triste, mas cada um se agarra ao que tem, não é verdade?


E minha mãe sempre me dizia, em terra onde não há nutricionista, quem tem uma lata de óleo lisa é rei.

A outra opção não é uma opção. Tem uma barraca de mocotó (eca) que fica em frente ao posto de saúde, do outro lado da rua. Além do perigo de comer aquele treco, do de levar um balaço perdido no crânio, tem o de pegar algum troço ruim por lá. Fui comprar uma coca outro dia e vi tanta gente moribunda tossindo que cheguei a procurar um traje de proteção radiativa no mercado livre, mas a internet não anda com essa bola toda não.

Anda, Lislane, come mocotó que é forte pra fica boa logo – falou ríspida uma senhora de aspecto engordurado com uma criança de olhos esbugalhados e chumacinho de cabelo preso no cume da cabeça.



Inclusive, vendo o cabelo tão loucamente puxado, julguei ser aquele o único problema da pobre coitada que certamente melhoraria rápido se pudesse mexer ao menos algum músculo da face.

Se para ficar bom de algo eu tiver que comer esse tal de mocotó, então é melhor eu aderir a um bom plano funeral e escolher já um caixão bem fashion. Eu hein.


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>> Ilustração por Bottino que resolveu me agraciar novamente com seus desenhos.

>> Por falar em fashion, está acabando o prazo para ver a maravilhosa exposição Gringo Cardia de todas as tribos. Um repasso sobre a carreira de um dos arquitetos brasileiros mais versáteis de que se tem notícia. Vendo as incursões do onipresente Gringo em cenografia, teatro, design gráfico, artes plásticas, direção de arte, moda e audiovisual tive a ligeira impressão de que nas últimas décadas ninguém mais trabalhou no ramo além dele. Fiquei pretérito!

A exposição fica até dia 30/12 no Centro Cultural dos Correios e é 0800.

Centro Cultural Correios:
Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro - Rio de Janeiro
Informações: (21) 2253-1580


UPDATE1>>


Assim, não tem nem como descrever, mas chove tiros nesse momento aqui em Del Castigo. Mas chove mesmo. Para conseguir ir embora, prefiro pensar que Deus está fazendo pipoca.


UPDATE2>>


Acabou de pegar uma bala no telhado aqui da empresa. Desespero!


UPDATE3>>


Na fábrica, está todo mundo deitadinho esperando os pipocos pararem. Maravilha isso, não?


UPDATE4>>


To deitado agora!


UPDATE5>>

Essa bala bateu na parede e caiu em cima de um dos funcionários que estava deitado no chão da fábrica. Uma mulher foi baleada aqui na frente, mas são tantas notícias confusas que ninguém sabe de mais nada.


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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

ah, que bom que você foi ver a exposição do gringo! é maravilhosa mesmo. pirei.

bêjo

5:15 PM  

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