Grêmio Recreativo Unidos do 996
Quando Rei Momo entra, eu saio. É assim que acontece quase todos os anos, salvo raras exceções em que fui um folião fora de mim pulando atrás de blocos.
O clima chega me fazer mal. Já na sexta, o povo estava alucinado. O motorista do ônibus que pego todo santo dia para o trabalho era um deles. Devia estar com a cabeça no rebolado de alguma mulata e subiu em um canteiro quando tentava fazer uma curva fechada. Por pouco não ganho um belo galo na testa como fantasia!
As setecentas mil pessoas educadas que ocupavam o coletivo iniciaram o esquenta para o carnaval com um xingamento coletivo. Que coisa bonita a união do povo, não?
Eu fico sempre na parte de trás da carroça para pisar em menos cabeças na hora de me jogar para fora. Lá estava também um desses projetos de executivo junior, sabe? Desses que andam por ai com terno mal cortado e um Nextel apitando o tempo todo?
Então, em meio a confusão, ele largou o comando do mundo dos negócios carioca e sacou de dentro de sua mochila uma espécie de panderola. O pavor que se instalara em meu corpo se legitimou no instante em que ele gritou:
_É carnaval minha gente!
Sem nenhum sincronismo ou sombra de ritmo o maldito iniciou um batuque frenético. O povo esqueceu em segundos que o motorista não conseguia se manter na pista e o corredor do coletivo virou uma avenida às 7:30 da manhã!
Eu vi minha última esperança de dar um cochilo indo embora quando um senhor mal encarado – o qual eu torcia que desse um solavanco no pagodeiro – se engatou sorridente a cantar o clássico “você pagou com traição a quem sempre te deu amor”!
Foi uma coisa louca. Celular virou pandeiro, os talheres da marmita agora suigavam nos bancos e uma senhora até sacou um daqueles pavorosos chifrinhos que combinaram com seu vestido vermelho. Eu resolvi chamar sua fantasia de Extrato de Tomate do Capeta. Mas sem dúvida alguma, o Estandarte de Ouro da falta de noção foi para uma morena curvilínea que fingia que o mastro de ferro onde estava segurando era o corrimão (ou seja lá como se chama aquilo) de um carro alegórico. Sério, eu fiquei chocado com o poder de catarse da moça.
Quando chegou minha hora de saltar eles já tinham abandonado os sambas-enredos e passado para a fase da marchinha. Se eu não estivesse com o cabelo bem curto teria levado A cabeleira do Zezé que cantavam para o lado pessoal.
Agora me conta como um ser humano pode render no trabalho quando o ônibus se transforma em uma escola de samba logo na primeira hora da manhã?
Ninguém sabe se precisam de publicitários na Finlândia? Eu sei fazer café também e meu arroz é soltinho!
O clima chega me fazer mal. Já na sexta, o povo estava alucinado. O motorista do ônibus que pego todo santo dia para o trabalho era um deles. Devia estar com a cabeça no rebolado de alguma mulata e subiu em um canteiro quando tentava fazer uma curva fechada. Por pouco não ganho um belo galo na testa como fantasia!
As setecentas mil pessoas educadas que ocupavam o coletivo iniciaram o esquenta para o carnaval com um xingamento coletivo. Que coisa bonita a união do povo, não?
Eu fico sempre na parte de trás da carroça para pisar em menos cabeças na hora de me jogar para fora. Lá estava também um desses projetos de executivo junior, sabe? Desses que andam por ai com terno mal cortado e um Nextel apitando o tempo todo?
Então, em meio a confusão, ele largou o comando do mundo dos negócios carioca e sacou de dentro de sua mochila uma espécie de panderola. O pavor que se instalara em meu corpo se legitimou no instante em que ele gritou:
_É carnaval minha gente!
Sem nenhum sincronismo ou sombra de ritmo o maldito iniciou um batuque frenético. O povo esqueceu em segundos que o motorista não conseguia se manter na pista e o corredor do coletivo virou uma avenida às 7:30 da manhã!
Eu vi minha última esperança de dar um cochilo indo embora quando um senhor mal encarado – o qual eu torcia que desse um solavanco no pagodeiro – se engatou sorridente a cantar o clássico “você pagou com traição a quem sempre te deu amor”!
Foi uma coisa louca. Celular virou pandeiro, os talheres da marmita agora suigavam nos bancos e uma senhora até sacou um daqueles pavorosos chifrinhos que combinaram com seu vestido vermelho. Eu resolvi chamar sua fantasia de Extrato de Tomate do Capeta. Mas sem dúvida alguma, o Estandarte de Ouro da falta de noção foi para uma morena curvilínea que fingia que o mastro de ferro onde estava segurando era o corrimão (ou seja lá como se chama aquilo) de um carro alegórico. Sério, eu fiquei chocado com o poder de catarse da moça.
Quando chegou minha hora de saltar eles já tinham abandonado os sambas-enredos e passado para a fase da marchinha. Se eu não estivesse com o cabelo bem curto teria levado A cabeleira do Zezé que cantavam para o lado pessoal.
Agora me conta como um ser humano pode render no trabalho quando o ônibus se transforma em uma escola de samba logo na primeira hora da manhã?
Ninguém sabe se precisam de publicitários na Finlândia? Eu sei fazer café também e meu arroz é soltinho!
7 Comments:
Ai, Lipe... E eu não canso de me perguntar: Por que inventaram o Carnaval, meu Deus? Por quê?!? Por quê?!?!?
:*
eu sempre perco esses dias animados de coletivo, né? ô inferno, agora só ano que vem!
bjo e não me liga, vc tá do meu lado.
eu sou o tipo de pessoa q foge do carnaval
quero mais é sombra e agua fresca
:)
shaushaushauhsa
em coletivo lotado sempre tem historia de gente sem noção hehe...
q saudade do inverno!!!
bjinhu
Caramba. Isso foi cruel.
Venha para o sul no próximo carnaval. Existem muitos lugares onde Momo (obrigada, meu Deus!!) não chega!
:]
Beijo.
ah, deixa de ser despeitado! eu amaria estar nesse ônibus!
bêjo
Se souber de algo, te aviso!rs =)
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