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terça-feira, setembro 26, 2006

Escola Frota para atores com carreira arrasada: Inscrições abertas!

Só para não me acusarem mais de só falar de mim (o que é um despautério pois esse vem a ser o meu próprio blog) e também pra não dizerem que não dou essas notícias fúteis que mudam o mundo, agradam os visitantes e dão muitos cliques quando procuradas no google, ai vai:

Não me venha com essa de que você não assistia Power Rangers porque eu sei que é mentira. Oquei, não. Não amigo! Não precisa me contar que brincava de ser um deles com seus primos e fazia lutinhas e coisas do gênero. Não. Não quero ouvir isso...Ahn?

Ah, você era a ranger rosa?

Tá bom, ou melhor, tá boa!?

Mas então, essa notícia é para você. Austin St. John, o ator que interpretava o ranger vermelho, resolveu parar de salvar o mundo e desperdiçar sua força na série infanto-juvenil. Após cerca de sete anos vivendo o herói na bem sucedida série americana, Austin agora virou ator pornô.

Gay.

É...

Pelo visto não é só por aqui que as celebridades de segunda linha andam adentrando (literalmente) o mundo da pornografia. Bem, ao menos ele recebe por isso, o que não é o caso da Cicarelli. Até onde sabemos, né?
Mas coitado, pensem bem, ele poderia estar roubando, matando ou fazendo séries imbecilizantes para as crianças, mas está apenas divertindo bibas punheteiras ao redor do mundo!

Seria ótimo se Luciana Gimenez promovesse um programa especial para reunir no mesmo sofá o ex-ranger Austin, Alexandre Frota, Matheus Carrieri, Rita Cadilac e a próxima estreante no bundalelê, Gretchen.

Aposto que logo acusariam o Brasil de tentar fabricar uma bomba atômica!
Antes, como ranger vermelho, Austin St. John protegia o mundo do mal. Hoje, nem proteger sua retaguarda ele protege!
:o)

segunda-feira, setembro 18, 2006

No meio do caminho tinha uma pedra

Saio de casa atrasado para mais um odioso capítulo de Lipe e a Dinâmica de Grupo. Um engarrafamento monstro. Oito da manhã e já está tão quente que não se pode pensar. Maldito Rio de Janeiro! O calor é tanto que a porra da cera que inventei de passar no cabelo escorre pela minha testa afora. Merda, vou chegar lá com um look vela derretida! Super out. O ônibus com ar condicionado, claro, não passou e o corno aqui entrou no calorento mesmo.

E lá vou eu tentando me refrescar com o vento que entra tímido por entre a frestinha da janela aberta pela vaca sentada no banco da frente. Todo educado, pedi por obséquio para que ela abrisse a janela toda.

_É porque vai estragar meu cabelo – alegou a sonsa.

Sim, isso porque ela estava com aquela escova vencida, sabe? Daquelas feitas para uma festa na semana anterior? Os fios nem estavam mais divididos em mechas e sim em partidos políticos. 100% sebo (nojo).

Achei uma angulação favorável e resolvi praticar minha capacidade de abstração. Já quase pegando no sono, uma mulher se senta ao meu lado. A expressão se senta é por minha conta, porque o resto do mundo iria preferir usar algo como invasão abrupta. Olhei para ela com minha tradicional cara de dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, mas a mocréia estava ao celular e com cabelo na frente da cara.

Entretanto eu não fui o único sortudo a perceber a presença da moça não. Seu perfume era tão incrivelmente doce que o ônibus todo olhou para traz. Juro. A menina da escova podre até reconsiderou e abriu a janela. Nada que trouxesse grande alívio porém.

Sem brincadeira, aquela fragrância bota os fedidos Toque de Amor e Charisma da Avon no chinelo. Colei no canto do coletivo. Logo percebi que não se tratava de uma moça. Sabe essas coroas gostosonas? Hummm, como posso definir? Essas que usam roupa de garotinha e ficam fazendo charminho e pose sensual? Bem, para ficar mais elucidativo ela tinha mais ou menos a cara da Rosa Maria Murtinho, o jeito da Lady Francisco e o corpo da Gretchen. Mais ou menos isso.

Mas o pior estaria por vir. O muito pior. A ponte Rio-Niterói totalmente parada. A coroa desligou o celular e passou então a mexer os cabelos molhados de um lado para o outro, meio que dando uma sacudida. Olhei novamente para ela, agora com minha cara fulminante de meus óculos escuros não têm pára-brisa.

Ela, toda faceira, tentou aplacar a minha raiva soltando um meio-sorriso sensual o que me deixou um tanto assustado. Pude reparar melhor na figura. Percebi as nuances da pele enrugada e super-bronzeada; o batom de um tom laranja com contorno dos lábios feito com lápis de olho marrom (ui); e o mais intrigante de tudo, aquele espesso risco prata na pálpebra. Quem ainda usa lápis prata em cima dos olhos, minha gente? Isso era moda em sei lá...Suave Veneno, no personagem da Letícia Spiller. Só. Acabou.

Voltei-me para o meu eu interior, o que julguei mais apropriado naquele momento. Dizem que se a gente se concentra muito consegue esquecer do que se passa em volta. Mas esse meu lado oriental veio do Paraguai e não funciona muito direito.

Como se não bastasse aquele aroma penetrando em meus pensamentos, a Fulana tirou um segundo celular da bolsa e começou a ligar para todo mundo da agenda. Advinha!? Ela tinha comprado um celular novo e mudado de operadora. E é lógico que ela tinha que anunciar isso com uma voz muito estridente às oito da manhã enquanto o idiota aqui tentava se concentrar para uma meleca de dinâmica de grupo. Por que o mundo tinha que acordar sabendo que a maldita havia trocado de celular, me diz?

Na boa, foram umas vinte ligações sempre iniciadas com um “advinha quem éeeeee” seguido de uma risada fina e profundamente irritante. Isso quando ela não se empolgava e jogava o cabelo mal enxaguado de um lado pro outro deixando meu ombro emplastrado de condicionador, ou melhor, creme rinse, para usar um termo do tempo dela.

Assim não rola. Cheguei lá na parada tão tenso, fedido e mal humorado que a própria recepcionista já me reprovou. Depois falam que eu não me esforço. Se isso não é esforço, o que é então?
:o)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Como acabar educadamente com a auto-estima de quem se ama

_Amor, posso te falar uma coisa?
_Pode.

Por que eu tenho essa sensação de que não é um elogio?

_Mas não quero te magoar.

Ta, não é um elogio. E que atitude legal, né? Não quer me magoar....Ahhhh tão bonito isso! Bom saber que você se preocupa!

Então façamos assim, não quer magoar, não magoe. Não fale. Guarde pra você, que tal? Sim, porque quando você namora uma peste curiosa como eu, uma vez falado isso, ainda que a coisa a ser dita me corte ao meio, eu vou querer saber. E claro, você sabe disso.

E o mais interessante é que, em geral, o “não quero te magoar” incongruentemente vem seguido de uma ultra-mega-super mágoa. Engraçado né? Uma mágoa de quem sabe o que magoa; de quem sabe que vai magoar. E mesmo assim magoa, mas claro, nada intencional! Como educação é tudo nessa vida lhe cabe primeiro perguntar se pode magoar. Somos pessoas finíssimas, não? Vamos implodir a frágil auto-estima (construída a duras penas) do Lipe com o consentimento dele. Muito bom. Muito bem. Very polite.

_Mas você disse que eu podia!

Juro que na próxima vou falar não. Fácil!

Assim, só tente ao máximo não me reduzir a essa sua meia dúzia de palavras, rótulos ou percepções, oquei? Não depois de tanto tempo de convicência. Ah, convém dizer que percepções são produzidas a partir de experiências pessoais. São suas, são percepções e elas podem ser bem equivocadas. Eu, pessoa. Matemática, escola. Entende? São coisas que não se quantificam, não se medem.

Standing alone
Eager to just
Believe it's good enough to be what
You really are
But in your heart
Uncertainty forever lies
And you'll always be
Somewhere on the Outside
(Mariah Carey - Outside)
:o(