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quarta-feira, abril 18, 2007

Desabafo

Assim, preciso me abrir sobre algo bem angustiante:

São 23:15 e eu ainda estou na agência!

Era isso.
Estou melhor agora.

terça-feira, abril 17, 2007

Almoço entra as estrelas

Existe um grande problema no trabalho, além, das mil horas de engarrafamento que pego todos os dias para chegar até aqui. Sucede que não há restaurantes decentes. Não mesmo.

Não que não haja. Os decentes cobram fortunas imensuráveis. Tipo, coisa só acessível para família Onassis, entende? Como não disponho dos reais necessários, passo os dias variando entre algumas biroscas ruins, péssimas ou nojentas. Dentra essa categoria temos opções com fartura e para analisá-los, vou usar o padrão frango e salada (afinal, é o que como no afã de ser um dia 38).

Em um deles, o qual chamamos de sorvetão, eles servem um delicioso sorvete de peito de frango grelhado que pode ser acompanhado de frozen de suflê de cenoura. Odeio comida fria mais que tudo.

O mais perto aqui do prédio, chama-se Cortiço. Você acha que o nome é o que ele tem de pior? Ledo engano. Instalado em um casarão antiqüíssimo, o lugar é muito escuro. Tão escuro que, certo dia, enchi feliz meu prato de cenouras (amo cenouras assim mais que tudo). Elas deveriam estar ótimas se não fossem beterrabas!

O mais emocionante é um outro onde as mesas se encontram em um tablado inclinado e você pode saborear a comida e trabalhar seu equilíbrio ao mesmo tempo. Uma boa dica é não escolher ervilhas. Todo tempo, as garçonetes circulam berrando frases divertidas como: "mate diet é de quem??!!" ou "é sua essa coca ném?!"

Hoje, eu e o Bruno, diretor de arte aqui da agência, fomos a uma Churrascaria Self-Service que está com uma promoção arrasa-qaurteirão. Tanto que entrei com o pensamento de evitar carnes, porque com aquele preço, todas deveriam estar pra lá de passadas.

Uma música estupidamente alta encheu nossos ouvidos antes mesmo que o aroma da comida pudesse impressionar. Música cafona, há que se ressaltar. O lugar é bem grande, com mesas coladas umas às outras. Algo pitoresco chamou nossa atenção. Uma banda, uma mulher com voz esganiçada falando ao microfone e milhares de senhoras vestidas com conjunto de javanesa estampada ocupavam as mesas.

Não demorou muito para descobrirmos que se tratava de um congresso de revendedoras Avon.(pavor) Eu tenho lá meus defeitos, mas não mereço almoçar em meio a um congresso Avon, mereço?

Durante todo o tempo, a locutora falava empolgada das maravilhas de ser uma revendedora e de como o prêmio Estrelas Avon oferecia benefícios a todas aquelas que se destacassem. Além lógico, de todo o prestígio alcançado e dos descontos em produtos. Assistimos com exclusividade o vídeo motivacional maravilhoso que ressaltava inclusive a possibilidade das candidatas serem imortalizadas com uma foto na Galeria da Fama Avon!! Espetacular, não?

Esse ano, eles têm uma novidade bombástica. Foi criada a categoria Prata Máster, uma espécie de estágio intermediário entre as esforçadas que são prata e as poderosas que são ouro. Essas últimas ocupavam uma mesa separada com pompa e circunstância. Os olhinhos das outras brilhavam esperançosos.

Brilho mesmo foi quando ordeiramente elas foram autorizadas a se servirem. Grupo por grupo, roupa bizarra por roupa bizarra, cada uma com um perfume mais doce do que a outra, todas desfilaram defronte nossos abismados olhos.

E os pratos? Dignos de serem apreciados como instalações artísticas. Algumas delas já voltam com a sobremesa também. Uma senhorinha fofa, toda em tons de rosa, exclamou sorrindo enquanto esperava no engarrafamento formado a nossa frente: já peguei logo o doce por causa do reumatismo.

Saí decidido a me tornar um revendedor Avon e conquistar meu título de Prata Máster. Só me falta agora um taier azul bebê e muita, mas muita sombra acima dos olhos. Comprem comigo, por favor!

segunda-feira, abril 02, 2007

Uma "sastirfação" rápida

Eu tenho tido muita saudade de escrever. Digo escrever despretensiosamente no blog, porque a bem da verdade, escrevo milhões de coisas todos os dias.

Promessas é o que não faltam. Sou a pessoa que mais fura consigo mesma de toda a face do planeta terra. Prometo entrar na academia; ler mais livros; ler menos jornal; parar de fumar; de beber; de comer gordurosas porcarias inúteis e por ai vai. Atualizar o blog é apenas mais uma delas.

E a propósito, aprendi a não me cobrar pelos meus descumprimentos tantos. Não me chateio mais, principalmente pelo fato da pessoa decepcionada ser eu mesmo. Tudo acaba ficado em casa e entre mortos e feridos, salvam-se todos.

Não cabe aqui ficar demonizando o trabalho por todas as coisas que não faço. Até porque, no Rio de Janeiro, o número de pessoas saradas é praticamente igual ao da população economicamente ativa. Inexplicavelmente existem esses seres iluminados que trabalham e conseguem se alimentar de saladas, manter corpos torneados e alguns deles ainda têm a desfaçatez de terem blogs. Não é para me provocar?

Outro dia, vi um rapaz sarado - desses que têm cara de só existirem na praia - lendo um livro no ônibus. Para apaziguar minha consciência, supus ser algo do Paulo Coelho ou um daqueles horrendos guias de sucesso profissional com metáforas utilizando queijo. Estiquei meu enferrujado pescoço ao limite da distensão muscular e para minha surpresa, atestei que o rapazote lia Dostoievisk. Fiquei apoplético!

Uma atrocidade né?! Agora me explica como ele consegue?

Tenho que parar já o plano megalômano de tornar-me rico em 2037 e diminuir o número de freelas que tenho pego. Mas ainda sim ficaria difícil, cho.

Bem, acabou-se meu tempo de vagabundear pois os dead-lines têm grandes dentes afiados. Ou serão esses os do meu chefe? Ah, já não sei mais....