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terça-feira, outubro 24, 2006

Massa Ovacionado

Oquei. Todos os apaixonados por Fórmula 1, como eu, estão felizes como pinto no lixo com a vitória de Felipe Massa no Grande Prêmio Brasil . Até ai tudo bem. Mas precisa esmigalhar os ovos do coitado, precisa?



É algo como um novo conceito para ovacionar e eu to por fora?
Ovo + Pressionar = Ovacionar?

Eu hein!
:o)

quarta-feira, outubro 18, 2006

Inimigo público n° 1

Vou ser negado pela minha família, alijado de minhas relações sociais, banido do convívio de amigos, proibido de freqüentar lugares cults e rechaçado pelos alternativóides. As velhinhas atravessarão a rua para não cruzar comigo na calçada; serei taxado de infame; terei meus direitos de cidadão cerceados e as futuras gerações me odiarão para sempre. Já posso ver o povo malhando o judas na rua com a minha foto colada na cabeça! Um horror...

Mas ainda assim, não me calarei! Afaste de mim esse cálice!

O novo álbum de Chico Buarque, Carioca, é uma grandessíssima porcaria!

Pronto, falei. Está um pouco atrasado, eu sei, mas só agora a coragem de ouvir tudinho me agraciou com sua presença.
Pode fechar o blog e me chamar de idiota, anda! “Quem é esse garoto ridículo que ouve Mariah Carey e ousa criticar Chico Buarque?” – posso ouvir daqui. (nessas horas, o povo lembra da pobre da peituda e esquece o resto dos troços todos tidos como legais que eu ouço).

No Brasil, na música assim como na política, há coronelismo. Alguns são intocáveis e incontestáveis. Ainda que passem anos sem produzir cousa alguma e voltem com uma merda colossal, são endeusados de forma quase irracional (principalmente pelos jornalistas rameiros do jornal O Globo).

Desde novo você aprende a ser muito engajado e legal e oportuno abrindo sua boca pra cuspir que ouve chicocaetanogil (a ordem dos fatores não altera o produto). É junto assim mesmo, até porque a maioria das pessoas que pronuncia, mal sabe quem são. Ainda que, em seu quarto, o danado ouça Sandy & Junior, a santíssima trindade da música popular aparece para construção de uma auto-imagem aceitável socialmente. Não esqueça de entrar também na comunidade do orkut. Isso é essencial.

Lembro-me de certa vez, em que uma maldita de uma menina, toda fantasiada de hippie, queria cuspir no meu chope por eu ter dito que não ouvia Chico Buarque. Eu expliquei, todo cheio de dedos, que mesmo que reconhecesse seu valor e que algumas de suas canções fossem maravilhosas, eu tava cagando pra ditadura e exílio e diretas e todas essas coisas que Chico e os outros carregam acopladas nas costas. Foi então que ela cuspiu mesmo! Daquelas cusparadas sonoras, sabe? Vadia.

Mas tudo isso nos faz entender o apoio incondicional da classe artística ao Lula. Com a corrupção e o modelo torpe instaurado no país, quem sabe não rola uma aura política pra legitimar alguns dos compositores da nova geração, coitados.

Para mim, Chico Buarque é o José Mayer da música. Ninguém entende como ele continua no papel de comedor, mas todo mundo assiste a porra da novela pra conferir!

Saravá...

terça-feira, outubro 10, 2006

No fogo cruzado

Aqui em casa está uma loucura por conta de mais um round da guerra sangrenta papai x cupins. Super-cupins mutantes atacaram os móveis do meu quarto e da cozinha, mais uma vez. Tudo está revirado, jogado no meio dos cômodos. Minha gaveta de cuecas, por exemplo, se encontra bem aqui ao meu lado, na mesa do computador. E asseguro que não traz inspiração nenhuma escrever olhando para elas.

Desde que se aposentou, papai mergulhou de cabeça nessa mania incurável do faça você mesmo. Como ele é do tipo que dá um móvel para não entrar numa briga e uma mobília para não sair, resolveu atacar os monstros comedores de madeira com um remédio deveras fedido indicado pelo moço do armarinho. Aquele maldito.
Está formado o combate! Juro, papai está fora de controle e passa horas e horas carregando o potinho do troço gosmento, caçando vestígios do inimigo a ser extinguido!
Posso imaginar os malditos cupins dançando com enormes pedaços da minha cama na boca e rindo enquanto eu e mamãe nos esbarramos tontos de dor de cabeça pela casa.

A fedentina intoxicante está realmente impossível. E ainda tem a vizinha transloucada que apareceu aqui com um vidro de querosene querendo passar por tudo quanto é canto. Eu odeio querosene de morte! Quase voei no pescoço dela...

Mamãe, com um lenço amarrado no nariz, passou correndo atrás de papai, agora há pouco, levando nas mãos um copo de leite. "É para desintoxicar o organismo!" - explicava aos berros.

E não adianta nada eu argumentar que além dos problemas com os cupins agora temos a casa mais fedida do mundo e que na tentativa de expulsa-los, papai está tornando o lugar inabitável para nós. Foi ai que cometi o erro de sugerir que chamassem uma empresa para dedetizar a casa. Vai fazer mal para Magie – falou papai ofendidíssimo enquanto esticava - como o faz todos os dias - os pelos da pobre da cachorra (me recuso a falar cadela). Sim, porque eles não querem uma poodle enrolada, de jeito nenhum! Tem que ser lisa!

Hoje mesmo eu mostrei vários anúncios de dedetizadoras que utilizam produtos que não são prejudiciais aos animais domésticos. Mamãe logo pulou da cozinha esbravejando que Dona Lúcia, prima de não sei quem, contratou uma dessas e seu cachorro morreu envenenado, coitado. É sempre isso! Eles sempre desenterram um ser misterioso para exemplificar esse tipo de coisa! Depois, passam horas querendo que eu lembre dessa pessoa, que é sempre prima de não sei quem lá das quantas (que me pegou muito no colo quando eu era bebê) e mora ao lado de fulano de tal que eu não faço a mínima idéia de quem seja. Por final, ainda completam com a temida frase "você começou a viver agora, meu filho"!

Voltei para o quarto decidido a me livrar do mau cheiro. Abri ao máximo a janela. Liguei o ventilador de teto e ainda outros dois circuladores. Agora, estou em meio a um tufão de vento, me sentindo diretamente saído de um clipe da Mariah Carey com meus cabelos esvoçantes. Isso enquanto tento acabar os freelas que me restam, antes que os cupins e papai acabem comigo.
:o)

quinta-feira, outubro 05, 2006

Cara nova!

Há alguns poucos anos atrás, se me dissessem que HTML é algo como sigla do Hospital de Traumatismo do Mega Linfócito, eu acreditaria sem titubear. Sou um completo analfabeto nessa linguagem, admito.

Mas a curiosidade matou o gato e quem tem google vai à Roma! Por isso, a duras penas, consegui dar uma cara mais personalizada a essa pocilga aqui. Digo, bem personalizada, uma vez que a minha fuça vetorizada está estampada ai em cima.

Não que eu me orgulhe muito dela ou coisa parecida. Mas é minha, né? Fazer o quê?
Ao menos é royalty-free! E no vetor, um tanto quanto tosco, eu reconheço, não constam minhas bochechas irritantemente rosadas. Uma pequena alteração proposital não faz mal a ninguém.

E tenho dito.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Lost (literalmente)

Não satisfeito em levar respostas negativas e passar por situações vexatórias aqui no Rio de Janeiro, fui a São Paulo fazer uma entrevista. Afinal, levar um não em outro estado e gastar um dinheirão é bem mais chique, concordam?

Ganhei pouso e guarita na casa da amiga jornalista mais linda do mundo. Aproveitei para matar um pouco de minhas saudades corrosivas da Beta e de suas histórias mirabolantes! São vários títulos em seu currículo. Além de sua beleza natural, é a única mulher que vive dividida entre a ponte aérea Rio-MimosodoSul-São Paulo (não tão aérea assim) e a única também que importou uma empregada de sua cidade natal. Sim, sua prestativa tem carimbo de importação de Mimoso do Sul e tudo. Pode?

E quer saber? não sou como o carioca típico (é só olhar meu bíceps para perceber isso). Não odeio os paulistas, muito pelo contrário. Acho o sotaque bem legal e as pessoas super amáveis. A única vírgula nessa história toda é que eles não sabem/não gostam de dar informação.

Ao menos se eles pudessem entender que lá não há praia como referência. Nós cariocas sempre buscamos a praia, ainda que não gostemos muito de freqüenta-la (é definitivamente o meu caso). Achando a praia, você acha todo o resto. Costumo dizer que o carioca tem sempre uma praia portátil nas costas e ela acaba por permear todo o nosso modo de viver, pensar e agir.

Mas eis que estava lá, totalmente submerso por prédios embebidos em fertilizantes. Os prédios de São Paulo são feitos à base de agrotóxico, sabia? Sim, para crescerem grandes, fortes, pasteurizados e intimidadores. Usei minha combinação fatal de camisa verde da sorte (meio puída coitada) e meus óculos pretos de acetato super modernosos. Ninguém nunca perceberia que sou carioca com aquele visual e talvez tenha sido essa uma das razões pelas quais ninguém me indicava nada direito.

Rodei por horas para sair dos Jardins e achar o tal do Itaim Bibi. Uma coisa infernal! E todo mundo me mandava pegar a tal da Brigadeiro. Simples assim! Intimo assim! Como se eu e a Brigadeiro nos conhecêssemos ha séculos.

Brigadeiro pra mim é doce porra! E eu nem gosto!

E depois de ter achado a maldita Brigadeiro e um maldito ônibus que fosse para o tal do Itaim (ainda que eu não soubesse para que lado exatamente do Itaim), cadê que eu conseguia achar onde saltar?! Todas as esquinas são exatamente iguais. Todas.

E uma maldita ainda me disse para saltar no final da eterna Brigadeiro, perto do Itaú. Sabe quantos Itaús têm na Brigadeiro? Pois é, nem preciso dizer então que eu não saltei no certo, né?!

Depois era pra pegar uma tal de Faria Lima e francamente, me senti brincando de banco imobiliário, só que sem as notinhas de dinheiro (infelizmente, nem falso, nem verdadeiro).

Essa maratona não é nada quando um refrigerante gelado pode te acalmar antes de entrar na entrevista, não é mesmo? Coca Light com uma rodelinha de limão e muito gelo é tudo que há na vida de um ser humano contemporâneo!

Mas pasmem, o refrigerante em lata custa R$ 2,00! Até ai tudo bem. Só que quando acrescido de uma rodela de limão ele passa a custar R$ 2,30. Fiquei apoplético e juro que não acreditei quando vi essa informação registrada no cardápio! O limão mais inflacionado do país está em São Paulo. Lembrem-se de, quando forem a São Paulo, levar seus próprios limões já cortadinhos em um recipiente plástico! Eu hein... que despautério!

Logo cheguei a conclusão que deve ser a taxa do PCC contra incêndios. Muito justo!

Caso vocês, meus dois e meio leitores queridos, saibam de dinâmicas e/ou processos seletivos onde eu possa me expor desnecessariamente e criar expectativas vãs de um dia ser contratado, por favor, me avisem. Agora estou aberto a pagar mico do Oiapoque ao Chuí! É o projeto Destroi Auto-Estima do Lipe Brasil!!!!!
Agora, você, amiga psicóloga de RH dos mais diversos lugadouros também pode me xoxar horrores! É só chamar!
:o)

terça-feira, outubro 03, 2006

Se correr o Geraldo pega, se ficar o Lula come

Cá estamos nós divididos entre lados quase idênticos de uma mesma moeda neoliberal. E temos essa suposta esquerda sedenta pelo poder negado em anos de gritos e brados provenientes de palanques mal montados. Já que as camisetas do Cheguevara Pop vendem como água na C&A seria a hora de perpetuar esse domínio arrogante calcado nesse idealismo já mastigado e ruminado pelo sistema, né?

E bastariam algumas palavras inflamadas ou velha história de perseguição da imprensa (a Globo é má, come criancinha, tem um pacto com o demônio do capitalismo e por isso eu não vou lá ser agredido), das calúnias, das infâmias. Ops, que dinheiro é esse aqui na minha cueca? Não mostrem as fotos do dinheiro porque isso pode influenciar o povo! Foram eles que colocaram aqui e eu não sei de nada! Eles armaram tudo para impedir o avanço do povo ao poder! Vocês não percebem?

O povo que, além de presenciar o baile nefasto de dinheiro e tramóias, é obrigado a observar estarrecido a não utilização dos recursos disponíveis do orçamento. O mesmo povo que é “influenciado” pela Globo, também o é pela distribuição paternalista de dinheiro para quem colocar o filho na escola (para não dizer comprado porque comprar é uma definição muito capitalista demais). Sim, porque colocar o filho na escola não é algo inteligivelmente bom para quem não foi a escola. Lógico. Que escola? Cadê a escola? Alguém ai falou em melhorar a escola? Alguém me diz o que fazer ao sair da escola?

Felizmente o segundo turno mostrou que não é só na minha garganta que esse bolo não desce assim tão fácil. Que a prepotência da ausência e da falta de explicações afora a velha perseguição ao povo não bastam mais. E será preciso algo além de discursos ideológicos e pose de vítima agora. Onde estão as propostas, ein?

Sentem-se confortavelmente para assistir a negociação de fatias de apoios, trocas de partido e formação das oligarquias que nos governarão por mais quatro indigestos anos.

Fala abertamente que me ama e te dou ministério, anda!

É lógico que do outro lado têm o bom moço paulista. Minha tia acha ele super-elegante. A versão tucana 2006 de um filme já visto.

Desacreditados, votamos na igreja, no apresentador de tv barraqueiro, no moço que conseguiu uma vaga na creche pra Sueli ou em qualquer um que pareça mais legítimo. Eu disse pareça!

E agora? A pseudo-esquerda patética e desmoralizada ou a pseudo-direita alinhada?
Vou ali bater a cabeça e já volto!
:o)