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segunda-feira, janeiro 30, 2006

VIP Burger

Mauro Mendes chamou-nos para uma festinha. Cheia de vips – falou ele celebrando a conquista. Essas cousas que Mauro Mendes arruma têm grande probabilidade de tornarem-se furadas colossais. Ele é o furada-man! Não aconteceu, felizmente.

E os vips estavam lá sim, todos rodando tontos na pista de dança. E sem recalque nem nada, não acho muita graça neles, a não ser pelos primeiros 10 minutos de contato visual. Claro, aquela coisa inicial de saber quem é quem debaixo das pinturas, tinturas, cortes de cabelo, bíceps hipertrofiados e colares da moda com bolas grandes.

Eu me sinto muito à vontade lá no meio deles, mas nada relacionado a pertencimento, de maneira nenhuma. É tão absolutamente fácil ficar ali, fazendo cara de "eu fui convidado, por isso devo ser importante também" (ainda que seja mentira, pois eu era um semi-penetra, digamos assim) ou simplesmente portando-se como plástico. Fácil, porém meio chato.

Há que se tentar muito não esbarrar em alguém, mas se acontecer, relaxe e solte um sorriso emblemático tal qual você tivesse topado com sua tia Eneida. Intimidade total é o lema. Se preciso for, fale um "oi" bem animado e descontraído, dê dois beijinhos e diga algo como "nem tinha te visto aqui!" ou "como você está, quanto tempo?". Essa gente conhece, em média, 78 pessoas por festa. Ficarão intimidados e terão certeza de que você é um conhecido de longa data. Afinal estão na mesma festa, mesmo ciclo social, enfim, vocês são a coqueluche do verão, o último mentex da caixinha.

Certa vez, eu usei essa tática em uma outra festinha. Salpiquei dois beijinhos tão naturais que a celebridade em questão jurou estar chateadíssima comigo. Eu ainda não tinha ido ver sua nova peça. Chatiaderrérrima!!! Logo você - resmungou ela. E eu sequer lembrava que a dita cuja era atriz. Minina, uma loucura, não consigo sair da ponte Rio-São Paulo (caso você não fale que acabou de chegar de São Paulo, você não será ninguém)...to praticamente morando no avião. - Risos - Muitos projetos (inclua sempre a palavra projetos nos diálogos, ok? eles adoram, é uma espécie de código) – respondi desculpando-me com minha mais nova amiga de infância, que dali a 10 segundos me deletaria de sua vida.

Mas voltando a festa de ontem, o som estava ótimo. Só música brasileira com direito a muito samba, axé e mpb dançante. E claro, depois de uma cerveja ou duas, foi meio difícil manter meus pés colados ao chão e minha estratégia plástica foi para o brejo. Sambei que nem mulata Sargentelli e do nada, me vi no meio da pista rodando com uma das baianas que estavam lá a servir guloseimas e coloridas fitinhas do Bonfin. Ao abrir os olhos e despertar de meu transe nagô, atrás das indumentárias brancas da baiana, pude avistar Adriana Esteves admirando minha performance com uma expressão bem peculiar e indefinida. Prefiro acreditar nessa versão do admirando para continuar respeitando a mim mesmo, sabe?

Fora isso, a noite transcorreu sem problemas. O Jean também estava lá. Ele sempre está. De inauguração de pracinha à aniversário de anão, o rapaz está em todas. As pessoas o querem porque ele não parece plástico como os demais. Dança, cumprimenta e conversa com as pessoas sem aquela cara de do not disturb. Talvez porque tenha ganhado notoriedade sendo ele mesmo. Dessa vez nem me deu fora, como na última onde ele interpretou mal algo que eu tinha dito, quando fomos apresentados. Normal, eu aturo isso de minha mãe quase todo dia e ela nem aparece na TV! Nem tem um milhão também...
:o)

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Dos Achados e Perdidos do meu HD

Auto-estima, quem precisa dela afinal?
Vocês irão aprender como acabar de vez com a auto-estima de alguém em segundos...

Ontem, ao voltar de minha jornada trabalhística diária, entrei no coletivo que me traria até Niterói e entreguei à mocréia descabelada da trocadora uma nota de 10 reais para custear a infelicidade de andar naquele troço velho. Como minha cabeça nada mais é do que um suporte para essa massa morta de cabelo felpudo, abstraí totalmente o troco, passei a roleta e iniciei minha batalha por um acento. De repente, uma voz fina e estridente me arrebatou a atenção...

_Ei gordinho!!!

Não é comigo. Não pode ser comigo – pensei. Gordinho não, gordinho não!!! Tudo bem que eu engordei 4 ou 5 ou talvez 6 quilinhos, mas gordinho de novo não – exclamava mentalmente enquanto me dirigia para o início do ônibus, onde havia somente um lugar vago ao lado de uma gorda carregando 3 milhões de sacolas.

Ignorei solenemente os berros da dita cuja e sentei-me espremido, ao lado da gorda das sacolas, bem longe do perigo de ser eu a personificação do gordinho de que falara a maldita. Logo, a voz rachante voltou a soar onipresente, o que fez com que todos os passageiros se entreolhassem.

_Ei, moça...cutuca esse gordinho de azul ai pra mim!!! – Gritou ainda mais alto a classuda da trocadora.

Não podia ser. Contraí com força minhas pupilas para que o inevitável não acontecesse. Olhei-me de relance e percebi que uma tragédia sem precedentes era eminente. Não é que eu, por um infortúnio do destino, estava de camisa azul? (sempre estou de azul, ora bolas, mais pareço um smurff)!

Meu mundo caiu como cai uma jaca podre. O gordinho de azul a quem ela se referira era EU!!! Simplesmente, eu.
Foram os R$ 7,50 mais caros e amargos de minha existência.
E todos no ônibus olhavam para mim como se seus olhos, em uníssono, gritassem: Gordinho de azul...Gordinho de azul!!!
Minha vida está acabada...
A pior coisa para um ex-gordinho é voltar a ser reconhecido como um gordinho e ter verbalizada sua condição de gordinho, perante pessoas diversas.

Ex-gordinho?

A quem estou querendo enganar?

Vou me trancar no quarto e esperar até que eu esteja magro o bastante para sair! Até que o mundo seja seguro outra vez.
InFeRnO!!! Essa trocadora deve de ter um acordo com o capeta, ela e Xuxa. A diferença é que Xuxa é bonita e ai deu pro cramulhão arrumar uma ocupação melhor. O que ela ganha em destruir assim a auto-estima das pessoas? Onde já se viu chamar alguém assim!!!
Pirei.
>>> Texto postado em agostos de 2003, antigo Blog´s Burger.
:o)

quarta-feira, janeiro 25, 2006

No msn com Lulu

Os quindim de Iá Iá diz (lulu):

sexo oral não é traição,

Os quindim de Iá Iá diz(lulu):

é apenas uma outra forma de diálogo...


Simplesmente, a melhor!
>>> clique aqui para morrer de rir no blog da lulu!

:o)

Autonomia de se achar um merda

A palavra que eu mais odeio no léxico da língua portuguesa, atualmente, é autônomo. Êta vocábulo maldito. Não há nada mais deprimente do que dizer: sou autônomo.

Ora se um sujeito passa 4 anos na faculdade e quando sai, vai ser autônomo? Prefiro me auto-intitular freelancer, mas ainda assim dá um certo desconforto.

Outra grande desvantagem é não ganhar Tíquete Refeição e Rio Card, maravilhas do mundo moderno. Eu sonho com um Rio Card todo dia. É tão lindo ver aquelas pessoas passando o cartão e cruzando a roleta. Tão moderno! Me lembra tanto os Jetsons.

O pior de tudo é que não poder fazer crediário nas Casas Bahia. E de que serve uma ocupação nessa vida se você não pode comprar nada à prestação nas Casas Bahia ein? Sou louco por prestação. Não posso ver um carnê que fico doidinho.

Mamãe odeia esse lance de autônomo também. Volta e meia, ela diz que não me criou para isso e que eu deveria ter feito medicina ou engenharia (profissão de 10 entre 10 pessoas da minha família) e todo esse blábláblá. Suas amigas sempre torcem o nariz quando ela fala, já com certo desgosto: _Felipe? Ihhh, minina, Felipe é publicitário né? Faz um trabalho aqui, outro ali...Depois ela esbraveja comigo dizendo que tenho que ter um PIS/PASEP e que esse negócio de autônomo é coisa de vendedor de Herbalife.

Eu vou ali fumar um cigarro e ver se a depressão vira fumaça.

:o(

terça-feira, janeiro 24, 2006

Radical

Dias desses, após tomar café da manhã, sentei-me, no sofá da sala, ao lado de papai para ler o jornal, como faço todo santo dia. Meu progenitor, além de folhear o periódico também assistia com certo entusiasmo à televisão. Até ai, nada demais, porque isso se repete todos os dias. Depois que se aposentou, papai virou uma espécie Galvão Bueno da sala aqui de casa. Se há uma competição, seja lá do que for, ele estará feliz assistindo e o que é pior, comentando. Sinuca, golf, cuspe a distância, não importa, estará dizendo todos os nomes dos participantes e xingando o juiz, caso haja um.

Estava eu, muito entretido com a odiosa coluna sobre música do Segundo Caderno do jornal O Globo , quando ouço papai exclamar algo muito pouco inteligível como "uhhlaaa", seguido de um belo e sonoro putaqueopariu.

Olhei rápido pra ele, temendo um infarto ou um desses estalos de coluna que paralisam tudo. Nessa idade nunca se sabe! Mas ele aparentava estar bem, ao menos físicamente. Fiquei por alguns segundos o encarando, em busca de uma explicação.

_O cara acabou de dar um Kickflip! - falou papai todo eufórico, parecendo um adolescente, apontando o dedo para a tv.

Ainda sem saber o que se passava e pensando em que agenda estaria o telefone de um psiquiatra amigo da família, olhei para a tv em busca de alguma pista que pudesse elucidar o que o véio falara.

Skate. Papai estava nada mais, nada menos do que assistindo um campeonato de skate ou exibição ou sei lá o que nome dão a esse treco.

Saí da sala com minha muito particular cara blasé de "to entendendo" enquanto ele me explicava as minúcias do tal movimento. Ainda não sei realmente porque ele achou que eu me empolgaria com aquilo. Daqui do meu quarto ainda ouvi uns outros gritos tipo "180°" e algo como "50/50" ou sei lá.

Agora me diz, eu posso com isso?

E o pior é que a parte de economia do jornal fica no mesmo bloco que a de esportes, que papai só solta quando termina de ler tudo! InFeRnO!

>o/
>>> Ontem, no bar, Gisele falou uma das melhores frases que já escutei nos últimos tempos:
"Há bares que vêem para o bem."
Isso é filosofia da melhor qualidade!
Em tempo, existe até uma comunidade com esse nome no Orkut.
Alguém me acompanha nela?

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Tem dias que ouvir é foda, mô irmão

Será que, um dia, isso será reconhecido como clássico do cancioneiro popular brasileiro?

“...dias sim dias não eu acho que to mesmo meio fora de moda,
Só sei que tem dias que a noite e foda
Tem dias que a noite é foda, mô irmão...”


Sim, porque eu estou cogitando me mudar do país, se for o caso. E não se trata de recalque, pois sou muito contemporâneo. Não compartilho da posição de que nada bom está sendo criado atualmente na música, como esbraveja uma elite burguesa decadente e saudosista que não tem com que se identificar e fica buscando referências no passado.

A pérola ai fica por conta da banda K-sis, formada pelas irmãs Kênya e Keyla Boaventura. Não obstante a letra ser esse assombro, a voz da rapariga é algo assim, indescritível. Prefiro me ater a letra medonha mesmo.

É triste ver uma gravadora de porte como a EMI investindo em um projeto como esse e as rádios executando freneticamente a música. O jabá (contribuição voluntária da gravadora para as rádios) rola solto.
Tenho medo!
:o(

domingo, janeiro 22, 2006

Na rede, o mundo

Não quero ler, nem pensar, nem ter idéias sobre nada. Quero o nada hoje!!! Quero não pensar nas soluções. Afinal, soluções não deveriam ser pensadas, pois elas são caprichosas e aparecem a seu bel prazer, a hora que lhes convêm e quando menos se espera.
Quero o nada de balançar na rede e sentir a brisa, como antes. Como no tempo em que a brisa batia despreocupada, leve e trazia toda sorte de sentimentos bons. Brisa de adolescente que tem de passar nas matérias do colégio e beijar na boca, só isso. Tudo isso!

Eu tenho uma rede aqui e ela é meu maior tesouro. Pelas madrugadas sigo sozinho, eu e ela, a balançar e seus balanços embalam meus melhores sonhos. É na rede que me deito e relaxo aos sons da noite faceira, que acolhe os que não se prestam à sedução do sono, os que sonham sonhos acordados, os que buscam na sua escuridão morada e abrigo.

E é na minha rede branca e já esfarrapada pelo tempo que passo madrugadas insones a exorcizar meus amores não correspondidos, minhas desilusões e feridas.

É lá, no vai-e-vem cadenciado, que conto as estrelas, faço confissões e peço-lhes coisas. E peço-me coisas tantas.

Ouvi certa vez uma linda história que dizia que as estrelas são, na verdade, as lágrimas de Deus, que se cristalizam e brilham no céu à noite. Elas seriam a prova de que Ele também chora, que sente as nossas dores e está conosco. Cada lágrima transformada em estrela seria uma promessa, uma espécie de sinal vivo e brilhante de que Deus se importa e está olhando por nós. Cada pessoa, portanto, teria o seu próprio céu, enxergando nele tantas estrelas quantas fossem as suas promessas.

É na rede do terraço daqui de casa que converso com Ele, com as estrelas e com todos os seres que crio pra povoar minhas noites solitárias.

É da rede que vejo os aviões e sonho com o mundo, com um mundo que caiba na minha mão, na minha rede.

>>>Este é um dos textos que mais gosto. Foi escrito em 2003, em um dos meus raros e bucólicos momentos contemplativos. Estava por aqui, pedido em um dos muitos cadernos velhos que habitam minha gaveta.

:o)




Brand New House

Estando eu, insatisfeitíssimo com os rompantes de estrelismo de meu antigo abrigo, o Blogger Brasil, resolvi mudar de endereço. Não superei o trauma de ter todos os meus antigos textos apagados e meu lindo template com hamburgers voadores destruído para sempre.
Quando voltei a escrever, algo estava diferente. Não só minha recente inabilidade com as palavras, mas a confiança.
Servidor de blog é como um relacionamento. Uma vez destruída a confiança, ela não se restaura mais. Não ao menos nos níveis de antes. Tenho sempre a impressão de que meus textos serão apagados a qualquer momento, trazendo grande transtorno aos meus 2 ou 3 leitores ocasionais.
Aqui, minhas bobagens e alienações estão seguras. Espero eu.

Ainda não sei se vou repostar aqui os textos do antigo blog, pois a fadiga é grande e ela me impede de fazer isso, por enquanto.
Para ler os textos antigos >>>clique aqui<<<<

:o)