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sexta-feira, agosto 31, 2007

Dia do blogueiro

Assim, blogs são legais, são maneiros, coloridos, divertidos, são cool, são tendência, são antenados (se você fala de celebridades então, nossa!), mas dia do blogueiro???

Me recuso a crer nisso.
Convenhamos, eu não dou e não quero parabéns por ter um blog. Caguei se você tem um blog! O que me importa? Não vale de nada se você não escreve algo que preste lá (como tem sido o meu caso).

Então pra que instituir um "dia do blogueiro"? Sério, ganhei os parabéns hoje e quase golfei.
Onde vamos parar? No dia da celebridade instantânea?

Só G-sus salva!

sexta-feira, agosto 24, 2007

Nota para aliviar a mente

Ah como cansa esse tipo de gente. Gente limitada de alma, de mente, de convivência, de educação, de tudo. Gente que fala com a boca cheia das palavras dos outros. Gente burra, no sentido mais cru da palavra. Gente que fala mais alto porque vê na intimidação do poder um caminho mais fácil. Gente que não lê, que não ouve, que não quer melhorar. Gente que chuta as sortes da vida. Gente que mente deslavadamente e que faz os outros mentirem também. Gentinha. Gentinha pequena. Mínima. Indecente.

O consolo é que a infertilidade das escolhas não deixa descentes.

O que importa, é sexta e nenhum tipo de gente vai mudar isso.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Ai como eu sofro



Eu não to bom não. O maldito ar condicionado está quebrado aqui na agência e está um calor assim estapafúrdio. Estou suado, nojento e com um humor de cão sarnento.

Hoje eu mato um ainda, ah se mato.


Sério, não foi para isso que mamãe me criou com amor e cremogema não!


>>>Rabisco do diretor de arte mais quente do momento - literalmente - Bruno Bottino. (eu sei, o trocadilho foi horrendo, mas dá um desconto porque está um calor fudido no meu crânio)

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segunda-feira, agosto 13, 2007

Free Willy Class

Estar chegando aos trinta mexe muito com a cabeça de um ser humano. Quando você é uma geleca ambulante que fuma, bebe e come porcarias, isso tende a se intensificar.

Mesmo com minha intolerância patológica a exercícios, atochei na cabeça que precisava fazer algo para não só sair de meu estado colóide, como ter a perspectiva de ainda poder esticar os braços daqui a vinte anos.

Decidido, fui procurar o exercício que me salvaria das artrites, artroses e ataques cardíacos vindouros. Fato é que estou uns quarenta anos sem mexer um músculo sequer, logo malhação está fora de cogitação. Além de achar sacal, não há em mim resquício de disposição de ficar naquele ambiente de exposição pública. De certo que iam me colocar aqueles pesos coloridos na mão e eu, sem controle motor algum, ia ficar anos sem nenhum resultado efetivo.

O Leo Linha, que é o mais engraçado ser vivente, me chamou para fazer uma aula com ele. De hi-dro-gi-nás-ti-ca. Com ele e com toda, mas toda a terceira idade de Niterói. Agora você imagina o que não foi?

Fiz menção de perguntar ao instrutor se não tinha plantão de um geriatra à beira da piscina, mas resolvi esquecer quando ouvi de uma das vovós que a aula de boxe tailandês tinha sido bem puxada.

E lógico, carreguei o Bottino porque pagar mico sozinho é impraticável. Então estávamos os dois em uma piscina lotada de velhas vestidas com maiô e toca de natação. O professor começou o aquecimento e distribuiu aqueles vexatórios macarrões de espuma para todos.

Como vergonha pouca é bobagem, quem disse que eu conseguia fazer algum movimento? As velhas passavam por mim arrasando com o macarrão enquanto eu permanecia atolado feito um mamulengo coxo.

Uma senhorinha de toca vermelha me perguntou sorridente se eu estava em processo de reabilitação por causa de algum acidente e por mais triste que isso parecesse, resolvi dizer que sim. Para a outra que já chegou cheia de marra me questionando acerca do meu pífio desempenho, eu bufando respondi “é...é...é que eu fumo”.

_Eu também – respondeu a maldita enquanto seguia feliz esticando cada lado do macarrão até o pé freneticamente.

Realizei os exercícios em dupla com o Leo e quando vi o Bruno, coitadinho, fazendo par com uma coroa cheia de plástica e com a cara da Lisa Minelli, não consegui mais completar nenhuma seqüência. Caí na gargalhada e quase me afoguei.

Ao sair da piscina arrastei meu corpo moribundo até o vestiário onde mal conseguia me enxugar de tão doído. Esperei um tempão até que todas saíssem. No saguão senti um forte cheiro de talco (velho ama talco mais que tudo). E não é que encontro com a velha do cigarro fumando feito uma tocha na porta da academia, minha gente?

Power Vexame!

Em destaque na home da Globo.com:


Acho que vi essa senhora lá na hidroginástica! Putz, não tenho boa memória visual.

>>> Ilustração por Bruno Bottino (que estava com preguiça de colorir).

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segunda-feira, agosto 06, 2007

Na condução




Por conta de minhas 16 horas de trabalho consecutivas no dia de ontem, pude chegar na agência um pouco mais tarde hoje. O capital que apropria mais-valia é o mesmo que acaricia, não?

Feliz e contente, pego o coletivo de 10:30 que traz os infelizes de Niterói até o sempre fresco e tranqüilo Rio de Janeiro. Certo de que faria uma viagem de paz e tranqüilidade, me acomodo em um dos bancos altos (adoro o banco alto) e me preparo para uma extensão da minha curta noite de sono. Achada aquela posição anti-torcicolo, Morpheu já se posiciona para tomar-me em seus braços...

No ponto seguinte, um grupo de uns 20 adolescentes adentra o recinto. Diante do presságio de barulho, com apenas um dos olhos abertos, avisto que todos carregam uma mesma bolsa verde musgo horrenda. Nessas horas, meus óculos pára-raios de alternativos servem para algo mais além de me deixar com cara de cientista louco.

26º Concurso de Matemática. (aconteceram outros 25?)

Abro os dois olhos. Ser adolescente é esquisito, eu sei, já fui um. Você é desproporcional, instável, suscetível a influências de todo canto, cheio de conflitos e o pior, usa roupas que vão te proporcionar um baita arrependimento no futuro. Para esses, em especial, esse último aspecto vai ser determinante.

Ser adolescente e gostar de matemática é mais esquisito ainda. Ser adolescente, gostar de matemática e ainda por cima participar de um concurso é um ultraje. Onde estão os pais desses garotos, minha gente?

Sempre fui inoperante em matemática. Até no bê-a-bá do primário eu era imprestável (ainda se fala primário? A impressão que tenho é que a cada dois anos eles mudam os nomes para tornar tudo mais fácil e melhorar os indicadores sociais). Uma vez a Tia bateu com o livro de matemática na minha cabeça por que eu não conseguia fazer a tabuada de três. Mamãe foi na escola e foi um vuco-vuco só!

Daí você tira o porquê de eu ter feito publicidade, ficar no trabalho até altas horas da madrugada e ainda assim não ter um puto sequer. Se eu fosse menos imprestável em matemática, poderia ter um emprego bonito até as seis da tarde, usar sapato caramelo combinando com cinto caramelo e ter uma conta bancária menos sofrida. Esquece...a parte do sapato e cinto caramelo inviabiliza tudo.

Mas então, como era de se esperar, os danados dos nerds desembestaram a fazer cálculos em voz alta e gritar uns com os outros. Divertido, né? Um tal de raiz de não sei quanto, porcentagens e juros e não sei lá mais o que. E minha matemática é simples, só quero uns minutos de sono...só isso.

Pra completar a diversão, um grupo de adolescentes surdos também inventa de pegar o mesmo ônibus que o infeliz aqui. Os surdos são comuns nessa linha, por causa da Escola Nacional de Deficientes Auditivos que fica a um ponto antes do que salto. Os acho fofinhos demais. Só me preocupo quando resolvem, no meio de uma curva fechada, conversar uns com os outros. Certa vez, a moça caiu quando gesticulava algo com muita indignação. Supus ser relacionado à nota de alguma matéria, uma vez que segurava um papel com vários riscos vermelhos.

E para quem pensa que eles são silenciosos, ledo engano. Dois surdos fazem mais barulho que a torcida do flamengo. Agora imagine 10?

E essa foi a viagem. Entre um barulho dos surdos, eu ouvia uma e outra equação e vice-versa. Essa coisa de pertencimento social é séria, né não? Como eu não era nem surdo, nem bom de matemática, me senti meio “com quem eu brinco então”?

Sono? What for?
Eu ainda insisto em pegar ônibus, né não? Só aparece encosto no meu caminho!


>Texto que deveria ser postado na sexta, mas infelizmente não rolou mesmo.
>Ilustração por Bruno Bottino

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