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terça-feira, janeiro 30, 2007

A festa e outras cositas más

A festa foi ótima. Vários amigos do tempo da escola com suas lembranças doces e suas ainda estranhas novas caras de adulto. E crianças, claro. Milhares delas correndo emelecadas com kibes nas mãos e sonhos na cabeça.

Princesas estrábicas em tamanho natural enfeitavam o salão. E a aniversariante fofa, por sorte, não abriu os presentes no ato do recebimento. Crianças são maravilhosas quando se trata da falta de traquejo social ainda não internalizado. Graças a Jeová!

A lástima é que eu me esqueci de assinar minha caixa grande e ela acabou por misturar-se a todas as outras. Que cabeça a minha, não?

Mas algo mais surreal retardou o relato da festinha. Algo que eu ainda não internalizei de maneira apropriada. Chocado mesmo, compreende?

Tremei Rio de Janeiro, eu tenho um emprego.

Em-pre-go, trabalho mesmo, labuta, lida, serviço, laboração! Acredita?

Um milhão de respostas negativas e assim sem mais nem menos, o telefone toca e o moço do outro lado diz que eu fui contratado. Simples. Cousa que outros já poderiam ter feito e acabado com dois longos anos de lamúrias e reclamações sem fim. Reais (não muitos) misteriosos aparecerão na minha conta todo final de mês como num passe de mágica! Reais esses que compram respeito da família, substituem meus trapos por roupas decentes, pagam a conta atrasada da locadora e ainda me sobram uns trocados para um picolé de manga. Que feliz.

O blogueiro que vos escreve é portanto redator publicitário. Vai dizer que, ao menos o nome, não é pomposo?

terça-feira, janeiro 16, 2007

Presente de grego

Uma amiga dos já longínquos tempos de colégio gentilmente me chamou para a festinha de sua filha. Que bonito. Eu que só havia visto a criança no berço fiquei todo lisonjeado.

Como amigos com filhos ainda é um território desconhecido, esqueci-me de perguntar a idade da criança. Na minha cabeça, não poderia ter se passado mais de dois anos. Uma amiga em comum, também convidada, contudo, me disse que a menina faria três ou quatro. Mas já?

Então fiquei com a difícil tarefa de encontrar um presente para a filha de uma amiga que estava fazendo dois, ou três ou quatro anos. Digo difícil porque aos quatro anos hoje uma criança já recebe treinamento de executiva junior e provavelmente não se interessa mais por brinquedos. Um laptop estaria totalmente fora de minhas humildes possibilidades financeiras, mesmo o da Xuxa. A este momento você deve estar se questionando o porquê de eu não ter ligado para a mãe da criança, certo?

E denunciar minha falta conhecimento acerca da aniversariante? Nunca.

Munido de um amigo criativo e um cartão de débito com sérias limitações, fui ao encontro do destino cruel: uma loja de departamentos. No corredor tomado por caixas rosa tive a confortável sensação inicial de que qualquer uma das embalagens atingiria meu objetivo final de agradar e gastar pouco. Ledo engano.

Logo surgiu a conclusão de que a tal da Polly – quase onipresente - poderia causar uma asfixia. A era nano já se estabeleceu também nos brinquedos, foi? Modernidades a parte, eu continuo achando que as caixas grandes causam mais impacto.

Para meu desespero, as caixas grandes que, por conseguinte continham bonecas grandes, estavam com preços gigantescos. É incrível como as coisas fazem sentido nesse nosso mudinho capital, não é mesmo?

Achei um quebra-cabeça de módicos sete reais, mas julguei um pouco inapropriado para idade. Quando já me preparava para admitir o fracasso da empreitada e meu espírito já esmorecia de forma latente, o Julio (o amigo criativo acima citado) chamou minha atenção para um canto meio ermo da loja.

Parecia uma visão encantada. Centenas de caixas de gigantes bonecas de segunda linha acenavam para mim. Dessas bonecas genéricas que não são anunciadas no Cartoon Networks ou no Fox Kids e que nunca passariam naqueles testes de qualidade do Fantástico.

Em uma seleção inicial, descartei àquelas que tinham muito aspecto de terem sido distribuídas em Centro espírita. Em tempo de progressiva, boneca careca não tem vez. Com aquele olhar perturbado e a falta de cabelo, bastava colocar uma foto do Papa nas maozinhas para que virassem réplicas exatas de Sinead O´Connor. Esquece...uma já é mais que suficiente!
Passei a me concentrar nas outras tantas. Betinha, Lulinha, Carlinha, Soninha (opa, essa já admitiu fumar maconha em revista, melhor não) e uma multidão de diminutivos que vêem com mamadeira e fazem pipi de verdade.

Em uma análise mais minuciosa, notei que todas cultivavam o mesmo olhar plástico penetrante e maligno. Fui passando uma a uma e realmente todas tinham cara de psicopata. Juro, eu não dormiria no quarto com uma boneca daquelas nem com a Força Tarefa Federal junto.
E as roupas? Quem deu a brilhante idéia de vestirem todas as bonecas de Wanessa Camargo?

Passado o susto, me convenci que por dezessete reais eu não poderia exigir um olhar meigo e roupas legais. E sempre existe a possibilidade de deixá-las viradas para parede, o que eu acho até bem razoável.

Acabei por encontrar umazinha chamada Princeza Any e tirando sua aparência de plebéia, até que ela era bem simpática. E não tinha nenhuma ligação com as colegas demoníacas. Any (dispensando o título, pois já somos íntimos) estava mais para trangênero (traveco, porra) do que para integrante de rituais de magia negra.

Longos cabelos com mechas loiras, um vestido verde estampado com pomposas magas de renda vagabunda. Quem liga pra renda? A costura de um dos ombros estava no cotovelo da boneca, mas essa obsessão por simetria pode causar muito mal às pobres cabecinhas das crianças.

Depois foi só comprar um papel colorido e cravejar a grande caixa de fita adesiva. Meu passaporte para o maravilhoso mundo das coxinhas de galinha, bolinhas de queijo e incontáveis guloseimas estava carimbado. Hummm!

sexta-feira, janeiro 12, 2007

O ano promete

2007 certamente será um ano de recordes a serem quebrados. Estamos apenas na terceira semana e muita coisa já rolou.

Já fiquei fudido da garganta logo na primeira semana.

Na segunda, comi um babado meio passado e tivemos que reforçar seriamente os estoques de papel higiênico folha dupla (detalhe importantíssimo esse) aqui de casa.

A terceira semana já está no final. O que poderia acontecer assim repentinamente, não é mesmo? Só uma crise alérgica, mas como eu não tenho alergia nenhuma...

Não tinha.

Estou empolado dos pés a cabeça. Caralho. E o melhor é que eu não faço a mínima idéia do que pode ter causado isso.

Ahhh! Não podemos esquecer também que comecei com tudo fazendo uma maravilhosa entrevista de emprego. E já fui devidamente gongado, claro. Não é incrível?

Eu acho.

Bem que a empregada nova aqui de casa disse que me viu todo de branco fazendo oferenda na praia para Imenjá no dia 31. (pirou o cabeção coitada) Falei para ela que não era eu, que havia confundido. Vai ver Imenjá também confundiu, né? E se esse meu sósia inventou de dar Cidra Cereser e ela ficou puta? Eu ficaria. Vai fazer oferenda, então que faça com Chandom pelo menos. Como é que eu desfaço esse mal-entendido agora?

De qualquer forma, aceito doações de sal grosso, bem como indicações de vagas de emprego, remédios e psicólogos gratuitos.
Agradecido.

OBS: Pra engrossar o coro: Ei, Cicarelli, vai tomar no cu!
:o(

segunda-feira, janeiro 08, 2007

For one last cry

Alguém além de mim perdeu alguns instantes preciosos de vida vendo o capítulo de Páginas da Vida de hoje (segunda, dia 8)?

Pois deixa eu te contar tudinho.

Nanda, o fantasminha fervido, cansou de passear á toa no Leblon. Embalada pela dobradinha brasileira na São Silvestre feminina, ela está treinando para as provas do Pan na sala de Helena. Não entendeu?

Vamos lá.

Clarinha corria sério perigo. Marta a seguia e estava prestes a descobrir onde a neta enjeitada vivia e ai você sabe? Babou. Nanda então começou a fazer cooper na sala de Helena que apavorada, fez caras e bocas. Novidade, né?

Mas a correria não foi o suficiente para o fantasma prodígio. Ela também quebrou porta-retratos caríssimos comprados no Leblon e botou fogo no pano de prato daquela empregada desmiolada. E você sabe quanto está custando um pano de prato no Leblon?

Tá pela hora da morte.

Descobrimos pois mais uma faceta do perfil da personagem morta mais viva da televisão, a piromania. Será que esse vai ser mais um tema abordado com grande seriedade por Maneco?

Vou ali ler um livro para aliviar a culpa.
:o)

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Para a virada virar um inferno

Com o rabo cheio de rabanadas seguimos rumo ao ano que se iniciara bravamente. Entre uma simpatia e outra, espaço para pensar nos menos favorecidos. Sempre é bom dedicar um pensamento, uma reflexão para aqueles que passam frio, pegam chuva e escutam música ruim.

Sim, porque para quem viu pela televisão, o show do Black Eyed Peas foi uma bosta colossal. A vocalista sem noção Fergie ostentando setecentos quilos a mais e noventa oitavas a menos. Só eu notei que ela tinha três queixos? Algo como uma seqüência inicial de cinco músicas desconhecidas de quem não tem a merda do cd deu o tom inicial da animação.

É nessas horas que eu reafirmo meu amor por mim e pelas minhas rígidas convicções. Muvuca nunca. Show na praia, nem me pagando pra ir. Show bom é show caro.

Passar a virada do ano em praia é um erro que eu não pretendo repetir jamais. Uma vez, fui para Copacabana todo bonito de branco e voltei para casa marrom. Tinha farofa de dendê dentro da minha cueca, percebe? A proporção é de dois despachos para cada ser humano ali presente e é quase impossível não pisar em algum. Sim, porque pisar nas pessoas já é normal nesse tipo de evento. Lembro que a meia noite virou com uma senhora vestida com um conjunto de javanesa e munida de uma garrafa de cidra em uma mão e uma coxa de peru na outra pulando descontrolada por cima de mim. Não há astral que resista à uma senhora gorda de javanesa pulando e apontando os fogos com uma coxa de peru. Não há.

Na minha opinião, não há fórmula melhor que passar com pessoas queridas, ouvindo as músicas que te fazem bem e comendo aquilo (ou quem) que você gosta!
E convenhamos, rabanada é um troço de Deus gente...ô coisa boa!
E 2007 tá ai. Vamos que vamos!
:o)